Quando penso na valorização da mulher, a primeira coisa que me vem à cabeça é: "O que é ser mulher?" E respondendo a esta pergunta eu vejo o quanto precisamos ser valorizadas...
Achei algumas opiniões que exprimem muito bem o que é ser mulher e porque merecemos ser valorizadas...
Estas mulheres têm muito a dizer!
“Ainda temos muito que caminhar, mas globalmente poderíamos dizer que a mulher já trilhou mais da metade do caminho de lutas nessa estrada rumo à libertação. O que eu vejo hoje, de qualquer forma, é um quadro muito positivo. A mulher é dona do mundo, ela é parabólica. Aliás, mesmo quando o mundo não vivia uma era parabólica, ela já era assim. Ao mesmo tempo em que está ligada na camisa do marido, está vendo o bife para o filho, ligada em administrar o dinheiro, a casa. Ela pode estar dirigindo e pensando em fazer a unha, no que vai dizer na reunião de trabalho daqui a duas horas e falando no celular para o colégio do filho e, no fim, já trabalhou e fez mais de 100 coisas. Pensou mil coisas que os homens sempre esquecem, porque pensam com uma cabeça menos afinada para esses detalhes, que fazem a vida! E essa postura de cuidar da vida faz com que as mulheres envelheçam mais erguidas, porque a tarefa delas é a vida, elas são incumbidas do mundo. E só páram de cuidar do mundo quando morrem. Tanto que as mulheres que ficam viúvas, conseguem reconstruir a vida mais rápido, com exceções, claro, mas no geral é assim, os homens, não, quando viúvos, morrem logo depois e se são desquitados, ficam sem mães. Por isso que, a meu ver, a valorização da mulher no mundo é um merecimento, uma noção de direito. Ela é em si, por direito, a rainha da vida”
Elisa Lucinda, poeta.
"Ao longo do século XX, apesar de diversas etapas e resistências, as mulheres conquistaram direitos fundamentais, com a necessidade do respaldo institucional, inscrevendo na Constituição e nas leis o texto de cada vitória. No campo político, conquistamos, além do direito ao voto, a possibilidade de sermos eleitas para cargos eletivos. O direito à liberdade, à vida e o combate à discriminação. Lutamos por um atendimento de saúde que garantisse que nossa opção pela maternidade fosse sustentada por uma assistência de qualidade e que pudéssemos acompanhar nossos filhos nos primeiros quatro meses de vida em tempo integral, sem prejuízo salarial e de emprego. A legislação também avançou no que se refere à equidade dos salários entre homens e mulheres. No entanto, apesar das conquistas, entramos no século XXI com realidade e dados que nos remetem a séculos anteriores. Mulheres ainda morrem ao parir seus filhos, apanham dos companheiros como se propriedade fossem, recebem salários menores ao exercerem a mesma função que homens, empobrecem velozmente e acessam com muita dificuldade os espaços de poder. O desprezo do poder público é evidente e precisa ser confrontado com coragem, tenacidade e convicção, com ampla e poderosa mobilização das mulheres e homens deste solidário povo brasileiro para garantirmos o século da igualdade".
Jandira Feghali, Deputada Federal (PCdoB/RJ).
"A emancipação primeira, neste século, veio após a participação política pelo direito de voto, com as duas grandes mudanças provocadas pela descoberta dos anticoncepcionais, separando em definitivo o sexo da reprodução e a absorção da mulher pelo mercado de trabalho. Acomodados os ânimos, deparamo-nos, com preocupação, com as mulheres usadas pela sociedade de consumo, solitárias e psicologicamente desamparadas, em situações que a emancipação econômica, sozinha, não pode resolver. O modelo neoliberal, ao criar enormes lacunas sociais, deixando desprotegidos diversos setores da sociedade, vem sensibilizando as mulheres mais bem posicionadas socialmente, seduzindo-as a participar de uma politização de âmbito privado, que as conduz a práticas clientelistas, onde o sentido do direito volta-se para a dádiva e a caridade. Quero aqui lembrar a observação feita pelo ilustre professor baiano Nilton Santos: Não basta outorgar direitos. O importante é propiciar, na sociedade de consumo, o acesso a estes direitos."
Eliana Calmon, ministra do Superior Tribunal de Justiça.Primeira mulher a assumir cargo de ministro em um TribunalSuperior no Brasil. Tomou posse em 30 de junho de 1999.
"Tendo dedicado quase toda a minha vida profissional à produção de estatísticas, acompanhei o crescimento da participação da mulher em todos os setores da vida nacional. As estatísticas são reveladoras. Hoje, com nível de instrução maior que o dos homens - 17% das mulheres têm mais de 11 anos de estudos contra 15% dos homens - as mulheres estão preparadas para exercer papéis de destaque e liderança na condução do Brasil ao desenvolvimento econômico e social. No entanto, até hoje, a presença feminina nos níveis de decisão mais elevados ainda é muito pequena. Para derrubar as barreiras contra a mulher estão aí os milhões de jovens deste País, com seus modos de vida cada vez mais livres de preconceitos e discriminações."
Maria Martha Malard Mayer, ex-Diretora de Pesquisas do IBGE.
A importância da implementação de políticas públicas e privadas que visem à valorização da mulher é tão grande que esta é uma das oito Metas do Milênio, estabelecidas pela ONU para melhorar as condições gerais de vida dos povos.
A violência e os direitos da mulher
Vários acordos internacionais manifestam claramente que a violência contra a mulher constitui uma violação dos direitos humanos. Por exemplo:
• Em 1979, a Assembléia Geral das Nações Unidas adotaram a "Convenção de Eliminação de todas as formas de discriminação contra a mulher", conhecida como a Lei Internacional dos Direitos da Mulher. Essa convenção define o que se constitui discriminação contra a mulher e estabelece uma agenda de ações a fim de acabar com a discriminação.
• Em 1993, a Assembléia Geral das Nações Unidas aprovou a "Declaração da Eliminação da Violência contra a mulher", o primeiro documento internacional de direitos humanos focado exclusivamente na violência contra a mulher. Esse documento afirma que a violência contra a mulher viola e degrada os direitos humanos da mulher em seus aspectos fundamentais de liberdade.
• Em 1995, a Plataforma por Ação de Beijing(da Quarta Conferência Mundial da Mulher) chama a atenção dos governos a "condenarem a violência contra a mulher e eliminarem alegações baseadas em tradições, costumes, e religião como forma de desculpas por se manterem afastados de suas obrigações com respeito a "Declaração da Eliminação da Violência contra a Mulher". Saiba mais no site de Ipas North Caroline(em inglês).
Violência Contra a Mulher
As Nações Unidas definem violência contra a mulher como:
"Qualquer ato de violência baseado na diferença de gênero, que resulte em sofrimentos e danos físicos, sexuais e psicológicos da mulher; inclusive ameaças de tais atos, coerção e privação da liberdade. Seja na vida pública ou privada".Conselho Social e Econômico, Nações Unidas (1992).
Violência contra a mulher é um sério problema de saúde pública, assim como uma violação dos direitos humanos. Existem três formas de violência: psicológica, física e abuso sexual. E todas essas formas de violência podem ter sérias implicações para a saúde sexual e reprodutiva da mulher. Violência contra a mulher também pode ser institucional, ou seja, quando os serviços oferecidos por uma instituição e sistemas públicos são prestados em condições inadequadas resultando em danos físicos e psicológicos para a mulher (por exemplo: longas esperas para receber tratamento, intimidação, mau trato verbal, ameaças e falta de medicamentos).
Estatísticas:
- Segundo a Sociedade Mundial de Vitimologia (Holanda), que pesquisou a violência doméstica em 138 mil mulheres de 54 países, 23% das mulheres brasileiras estão sujeitas à violência doméstica. - A cada 4 minutos, uma mulher é agredida em seu próprio lar por uma pessoa com quem mantém relação de afeto. - As estatísticas disponíveis e os registros nas delegacias especializadas de crimes contra a mulher demonstram que 70% dos incidentes acontecem dentro de casa e que o agressor é o próprio marido ou companheiro. - Mais de 40% das violências resultam em lesões corporais graves decorrentes de socos, tapas, chutes, amarramentos, queimaduras, espancamentos e estrangulamentos. - O Brasil é o país que mais sofre com a violência doméstica, perdendo cerca de 10,5% do seu PIB em decorrência desse grave problema.
Porém, precisamos de ações transformadoras da atual realidade brasileira, em que a mulher é pouco respeitada nos vários âmbitos de sua participação social.
A agressão não escolhe raça, idade e classe social. As mulheres acabam por não darem queixa das agressões sofridas por seus maridos, namorados, etc. São vários os motivos que as fazem calar: dependência financeira, psicológica, medo, vergonha, etc...
Temos que lutar para que isso mude e possamos ser valorizadas em todos os aspetos.
24 comentários:
Oi Lola!
Show de bola!
A propósito, Jandira Feghali será homenageada pelo Congresso com o prêmio Bertha Luz.
Abraços
Excelente o seu post. Didático, abrangendo vários aspectos da condição feminina de foram clar e sucinta.
Todos esses dados e análises, você percebeu demonstram que a discriminação relacionada ao gênero é uma prova de ignorância, de cegueira imensurável e inaceitável.
Obrigada.
beijos, bom domingo
Olá, bom post o seu.Gosto sempre e muito o que diz a Elisa Lucinda, ela é sempre mt emotiva quando escreve. adoro!
Sobre a violência doméstica, esse é um mal de fato, terrível. E o que é pior, vem de quem a mulher mais deveria confiar, o próprio "companheiro", o pai, o irmão, mt, mt triste. É silenciosa essa dor. Taí algo que a gente deveria falar mais. Tentar abrir os olhos de tantas mulheres que sofem caladas. Essa porrada que elas levam todo dia na autoestima é mt cruel.
Um abraço
e bom domindo tbm (oooh vc tá no Rio!!! ADORO sua cidade).
Minha amiga,
Parabéns pelo seu dia!
Puxa vida, completíssimo o seu post!
Não me surpreendo mais com a quantidade de coisas que aprendo todos os dias com as mulheres.
Parabéns!
Um beijo e uma boa semana!
Gostei muito do seu blog,o meu refere-se a psicologia e direitos humanos.
Interessa troca de link p/ maior divulgação?
http://erazen.blogspot.com
Bela contribuiçao!
Obrigada pela participaçao!
Um beijo
Meire
Oi Lola.
Excelente postagem. A mulher já conquistou muito, mas ainda tem um duro caminho a percorrer até o respeito e a igualdade plenos. Bom saber que estás nesta luta.
***
Na quarta-feira vou responder ao meme.
Um abraço e um beijo.
Lola, otima escolha dos quatro depoimentos, com quatro enfoques importantes. A parte dos dados estatísticos também: é bom lembrar que ainda ha um longo caminho a percorrer. Estamos discutindo etas questões das agressões a mulher la no clubedolivro.wordpress.com.
Agora, quanto a frase "já trabalhou e fez mais de 100 coisas" acho que é perigosa. Viramos super mfulheres - e quem não dea conta de tudo fica lá embaixo! Falei sobre isto no meu post - chega de multiplas jornadas! Bom inicio de semana para voce, adorei passar por aqui. Ethel SC
Obrigada, Tânia,
Não sabia da homenagem à Jandira Feghali...
Beijo.
Obrigada,Saramar,
Concordo com você...Uma ótima semana e volte sempre!!!
Beijo.
Obrigada, Nina,
Concordo com você a respeito de lutar mais contra à violência feminina. Infelizmente, a mulher é muito emotiva, acaba acreditando que o agressor se arrependeu e o aceita novamente. O pior, isso não acontece uma vez somente. Um bom exemplo está no post que fiz antes, sobre violência contra mulher... As mulheres precisam ter mais amor próprio!!!
Uma ótima semana para você e volte sempre...
PS: Também gosto muito do Rio!!!
Beijo.
Obrigada, Oscar,
Estou tendo dificuldades de comentar no seu blog...Mas, tomara que isso passe logo!!!
Beijos e uma ótima semana!
Obrigada, Silvinha,
Logo que der, farei uma visita ao seu blog...
Volte sempre!
Beijo.
Obrigada, Meire,
Mas, não existe motivo para agradecer...Sou mulher!!!
Beijo grande.
Oi, Jens,
Obrigada, moço! O caminho é longo, mas, é caminhando que chegamos a algum lugar, então, vamos caminhando!!!
Verei o seu meme...
Beijo.
Scliar, Obrigada, que bom que gostou do blog...
Quanto a frase dita pela Elisa Lucinda, não creio que seja "tão" perigosa, pois, cada um tem seu limite, o que não desmerece o outro... Somos mulheres e somos múltiplas, se olharmos por este lado, acredito que somos super!!!
Quando as múltiplas jornadas, concordo com você...
Uma ótima semana para você e volte sempre!!!
Beijo.
Lola, minha lindinha..O post com o Meme já está publicado. beijão.
Oi, Cris,
Obrigada por avisar, vou olhar agora mesmo...
Beijão!
Oi Lola, então, sobre as regras, parecem que elas serao implementadas a partir de agosto deste ano, mas acredito que haverá um tempo para todos se adaptarem.
Eu acho ótimo, sem acentos, sem hifens, vai ser muito mais fácil.
Beijocas
Oi Lola.. tudo bem?
Obrigada pela visita ... ja coloquei o Consciencia Coletiva la no meu blog. Assim sera mais facil de visitar o seu...
E muito boa essa sua ultima postagem.. parabens!
Uma otima semana
Beijos, Debora
Obrigada pelas informações, Cris!!!
Oi, Debora,
Tudo bem!
Não precisa agradecer pela visita, seu blog é muito bom!
Que bom que gostou da postagem, volte sempre!
Beijo.
Gostei muito do seu post, é por isso que sigo dizendo que valorizar a mulher só depende de nós mesmas e não vejo isso como luta, apenas como uma caminhada que nos permitimos quando desejamos realmente chegar em algum lugar.
Abraços meus
Lola, está na hora de atualizar o blog ein? risos.
Beijocas
Ah! Rssss... Eu não posto todos os dias, uma vez por semana, no máximo...Mas, vamos voltar aos assuntos antigos, a "Consciência" que devemos ter...Já estou fazendo um novo post...
Beijos, boba!!!
Obrigada, Lunna,
Vamos caminhar ...
Leva meus abraços também!!!
O Sol abandonou o céu
A Lua ironiza no celeste
Soltas perversas vontades
Cruzam a tua vida agreste
Convido-te a partilhar a minha visão da forma em
como a vida às vezes é perversa para algumas mulheres…
Bom domingo
Doce beijo
Cris, conte comigo!
Profeta, obrigada pelo convite!
PRECISAMOS DO SEU APOIO!!!
Somos Defesa e Cidadania da Mulher, uma organização não governamental, sem fins lucrativos para assistência, fundada em 25/05/2005, nomeada Utilidade Pública. NOSSA FINALIDADE:- Caráter social, educacional, profissionalizante e cultural, destinando-se a conscientização, assistência e amparo às mulheres adolescentes, adultas grávidas e na terceira idade, independente da raça, religião, classe social e/ou cultural, proporcionando proteção e assistência não só à mulher, como também a sua família, recuperação de mulheres que possam estar com problemas de saúde, dependência química, agressões físicas, psicológicas, e emocionais, preocupando-se com os aspectos políticos, econômicos, sociais, emocionais, sexuais, biológicos e culturais na sociedade, exercendo a cidadania consciente.
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Ana S. P. de Amorim (Presidente)
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