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sexta-feira, 28 de março de 2008

Créditos de Carbono.




O que são créditos de carbono?

Créditos de carbono são Certificados de Redução de Emissões (CERS) que autorizam o direito de poluir. As agências de proteção ambiental reguladoras emitem certificados autorizando emissões de toneladas de dióxido de enxofre, monóxido de carbono e outros gases poluentes. Inicialmente, selecionam-se indústrias que mais poluem no país e, a partir daí são estabelecidas metas para a redução de suas emissões.
As empresas recebem bônus negociáveis na proporção de suas responsabilidades. Cada bônus, cotado em dólares ou euros, equivale a uma tonelada de poluentes. Quem não cumpre as metas de redução progressiva estabelecidas por lei, tem que comprar certificados das empresas mais bem sucedidas. O sistema tem a vantagem de permitir que cada empresa estabeleça seu próprio ritmo de adequação às leis ambientais.
Há várias empresas especializadas no desenvolvimento de projetos que reduzem o nível de gás carbônico na atmosfera e na negociação de certificados espalhadas pelo mundo, preparadas para vender cotas dos países subdesenvolvidos e países em desenvolvimento que, em geral emitem menos poluentes, para os que poluem mais. Enfim, estão negociando contratos de compra e venda de certificados que conferem aos países desenvolvidos o direito de poluir.
Eduardo Viola, Professor Titular do Departamento de Relações Internacionais e Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília (UnB), analisa:
Está claro hoje que para proteger o ambiente precisamos ir além dos mecanismos rígidos de comando e controle que predominaram no mundo nos últimos 30 anos.
A criação de mecanismos de mercado que valorizam os recursos naturais é uma extraordinária inovação cujo primeiro exemplo deu-se nos EUA com a emenda de 1990 ao Clean Air de 1970. Por causa dessa Emenda de 1990, que criou as cotas comercializáveis de poluição nas bacias aéreas regionais dos EUA, a poluição do ar diminuiu numa media de 40% nos EUA entre 1991 e 1998. Várias iniciativas, seguindo o mesmo princípio, estão em processo de ser adotadas em vários países e internacionalmente (o Protocolo de Kyoto 1997 estabelece as cotas de emissões de carbono comercializáveis entre os países do Anexo 1 e o Clean Development Mechanism entre países desenvolvidos de um lado e médios e pobres do outro).
Existem grandes diferenças entre os Clean Development Mechanism e as commodities ambientais. Os CDM’s ou MDL’s (Mecanismos de Desenvolvimento Limpo), em síntese, são alternativas que implicam em assumir uma responsabilidade para reduzir as emissões de poluentes e promover o desenvolvimento sustentável. Trata-se de um mecanismo de investimentos pelo qual países desenvolvidos podem estabelecer metas de redução de emissões e de aplicação de recursos financeiros em projetos como reflorestamentos, produção de energia limpa. As empresas, por exemplo, ao invés de utilizar combustíveis fósseis que são altamente poluentes, passariam a utilizar energia produzida em condições sustentáveis, como é o caso da biomassa. Existe, enfim, uma gama enorme de projetos ambientais e operações de engenharia financeira que podem ser desenvolvidos no Brasil, proprietário das sete matrizes ambientais. (água, energia, biodiversidade, madeira, minério, reciclagem e controle de emissão de poluentes – água, solo e ar)

Quais os benefícios do imposto de carbono?

O propósito primário do imposto de carbono é diminuir as emissões dos gases do efeito estufa. O imposto cobraria uma taxa sobre os combustíveis fósseis com base na quantidade de carbono que eles emitem quando queimados. Assim, para reduzir as taxas, os serviços públicos, empresas e indivíduos tentariam usar menos energia derivada de combustíveis fósseis. Um indivíduo pode passar a usar transporte público e substituir lâmpadas incandescentes por lâmpadas fluorescentes. Uma empresa pode aumentar a eficiência de energia instalando novos equipamentos ou atualizando os sistemas de aquecimento e refrigeração. Uma empresa de serviço público pode usar lavadores úmidos, queimadores com baixo índice de NOx ou gaseificação para reduzir suas emissões.
O imposto sobre carbono também encoraja a energia alternativa tornando-a competitiva quanto ao custo em relação aos combustíveis mais baratos. E não se esqueça de todo o dinheiro arrecadado pelo imposto. Ele pode ajudar a subsidiar programas ambientais ou pode ser emitido como desconto.

Faca de dois gumes.

Não importa para as commodities ambientais o que capta mais carbono. Importa, porém, o que gera mais ocupação e renda, que promove a inclusão social e mantém mais áreas de preservação. O novo modelo econômico que propomos debater é exatamente produzir uma trava que impeça que um ecossistema seja prejudicado para favorecer a exploração comercial do outro. O marketing dos países ricos, prometendo dinheiro aos projetos ambientais dos países pobres, pode ser uma faca de dois gumes para o meio ambiente.
Existe o risco dos certificados de carbono serem transformados apenas numa operação financeira para dar lucros aos seus investidores e acabar não gerando nenhuma vantagem para o meio ambiente e muito menos para as comunidades envolvidas. Isto é, se os instrumentos econômicos forem apenas uma promessa de capturar carbono no futuro.
Como ocorreu, por exemplo, muitas vezes no caso dos incentivos florestais, quando muita gente pegou dinheiro subsidiado do Governo para plantar, mas não plantou ou recebeu dinheiro para plantar mil hectares, terminou plantando somente 200 hectares. Nestes casos, as travas para se proteger dos especuladores mal intencionados estão sendo articuladas com o sistema de produção das commodities ambientais.

Fonte: Partes do conteúdo desta postagem foram tiradas do Carbono Brasil. (
http://www.carbonobrasil.com/news.htm?id=392867&section=30586).

Resumindo: Se não existissem os créditos de carbono, as empresas de todos os países estariam emitindo normalmente CO2 e outros gases, aumentando a quantidade de CO2 na atmosfera.Com os créditos de carbono, uma empresa deixa de emitir gases do efeito estufa para que outra, em outro lugar, continue com suas emissões. As empresas na Europa, como não conseguem se adaptar e emitir menos gases pagam para que uma empresa aqui no Brasil não emita os gases que tem direito. Assim, nós mantemos a taxa de emissões constante e não crescente. Porém, os créditos de carbono não vão resolver o problema do mundo em relação ao aquecimento global, eles são (ou deveriam ser) apenas uma ajuda para conter as mudanças climáticas.

Portanto, devemos nos preocupar em ajudar a diminuir o aquecimento global, seja com pequenos ou grandes atos...

7 comentários:

Anônimo disse...

Oi Lola, agradeço seu comentário no nosso Blog! Vc sempre é bem vinda e bem legal seu Blog. Acho que ações como as nossas estão faltando por aí e na cabeça dos políticos!! Abração!

Lola disse...

Por nada Fábio, gostei muito do blog,lembrei dele por causa do seu nome, mas, não consigo achar o blog de vocês novamente. Por favor, deixe seu link, ou comente com sua identidade do blog.
Beijos.

Luma Rosa disse...

Lola, que bom foi me avisar! Sabe, quando vim estava com muito sono, praticamente 48 horas acordada. Daí pra pensar ver coisas estranhas é um passo! Eu pirei no seu blogue ontem!!
huahuahuahuahua

O Cara que inventou os créditos do carbono teve essa idéia aqui no Brasil. Li faz um tempo sobre isso.

O Banco Real lançou na semana passada o Fundo Floresta Real, um fundo de investimentos de renda fixa ativa que compra títulos públicos e privados, mas que tem como diferencial promover benefícios socioambientais. A inicativa visa principalmente a restauração da mata ciliar da Bacia do Rio Juquiá e a geração de renda para a Comunidade de São Domingos, em Registro (SP).

Cada R$ 25 mil aplicados e mantidos no Fundo por três anos, dará ao investidor o direito ao recebimento de valor financeiro equivalente a um Crédito de Carbono.

O Programa Floresta Real atende ao modelo de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), criado pelo Protocolo de Quioto para auxiliar na compensação/redução de emissões de Gases do Efeito Estufa (GEE). Cada crédito de carbono é correspondente a um certificado que reflete a redução de uma tonelada de CO2 deixou de ser emitida ao meio ambiente. E mais: se o cliente quiser visitar o projeto para ver pessoalmente como as árvores serão plantadas.

Legal, não? Bom fim de semana! Beijus

O Profeta disse...

As coisas que aprendo contigo...
Esta é a alma que voa de um Profeta
Ao encontro do teu sentimento
Este é o sal de alva espuma
Que te ofereço e diadema de espanto…

Olhos de alma, da tua alma
Quero-os no cais da minha chegada
Espero por ti em manto de ternura
No encontro da minha caminhada


Bom domingo

Mágico beijo

Liz / Falando de tudo! disse...

Lola meu anjo, muito obrigada pelos prêmios, muito gentil, viu?
Triste saber que esses créditos nao chegam em perto de resolver imenso problema.
Meu anjo passo somente pra te desejar uma boa semana, te agradecer a visita no meu cantinho e dizer que é uma honra te ter por la,
Liz

Lola disse...

Legal você ter voltado, Luma...Também é muito boa a informação que você deixou aqui, pena que não tenho esse dinheiro todo para aplicar lá:), mas, a iniciativa foi muito boa sim. No link que deixei no blog fala muito mais sobre este assunto, o preço dos créditos e como eles são decididos... Entre outros assuntos, o de o Brasil ter que pagar mais por ser um país desonesto e querer usar isso como renda, pode?!

Beijo e volte sempre!

Lola disse...

Obrigada pela visita, profeta, volte sempre...

Oi, Liz, você não tem que me agradecer pelo meme que te dei, eu é que tenho que agradecer pelos prêmios...Obrigada!!!
A honra é toda minha...
Beijos e volte sempre!!!