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sábado, 5 de abril de 2008

PLASTICOMANIA - INDESCARTÁVEL‏


Um amigo me enviou por e-mail assim que recebeu em sua empresa.

Plasticomania...

A farra dos sacos plásticos...
André Trigueiro: pós-graduado em meio ambiente, jornalista, redator e apresentador do Jornal das 10, da Globonews, desde 1996. 'Creio que um dos primeiros presentes que recebi de meus sogros em Viena foram 2 bolsas de algodão para ir ao Supermercado. Depois compreendi'.

No Brasil os supermercados, farmácias e boa parte do comércio varejista embalam em saquinhos tudo o que passa pela caixa registradora. Não importa o tamanho do produto que se tenha à mão, aguarde a sua vez porque ele será embalado num saquinho plástico. O pior é que isso já foi incorporado na nossa rotina como algo normal, como se o destino de cada produto comprado fosse mesmo um saco plástico. Nossa dependência é tamanha que quando ele não está disponível costumamos reagir com reclamações indignadas. Quem recusa a embalagem de plástico é considerado, no mínimo, exótico.

Outro dia fui comprar lâminas de barbear numa farmácia e me deparei com uma situação curiosa: a caixinha com as lâminas cabia perfeitamente na minha pochete. Meu plano era levar para casa assim mesmo. Mas num gesto automático, a funcionária registrou a compra e enfiou rapidamente a mísera caixinha num saco onde caberiam seguramente outras dez.

Pelas razões que explicarei abaixo, recusei gentilmente a embalagem.

A plasticomania vem tomando conta do planeta desde que o inglês Alexander Parkes inventou o primeiro plástico, em 1862. O novo material sintético reduziu os custos dos comerciantes e incrementou a sanha consumista da civilização moderna. Mas os estragos causados pelo derrame indiscriminado de plásticos na natureza tornou o consumidor um colaborador passivo de um desastre ambiental de grandes proporções.
Feitos de resinas sintéticas originadas do petróleo, esses sacos não são biodegradáveis e levam séculos para se decompor na natureza.
Usando a linguagem dos cientistas, esses saquinhos são feitos de cadeias moleculares inquebráveis, e é impossível definir com precisão quanto tempo levam para desaparecer no meio natural.
No caso específico das sacolas de supermercado, por exemplo, a matéria-prima é o plástico filme, produzido a partir de uma resina chamada polietileno de baixa densidade (PEBD).

No Brasil são produzidas 210 mil toneladas anuais de plástico filme,que já representa 9,7% de todo o lixo do país. Abandonados em vazadouros, esses sacos plásticos impedema passagem da água, retardando a decomposição dos materiais biodegradáveis, e dificultam a compactação dos detritos.
Essa realidade que tanto preocupa os ambientalistas no Brasil,já justificou mudanças importantes na legislação - e na cultura -de vários países europeus.

Na Alemanha, por exemplo, a plasticomania deu lugar à sacolamania (cada um levando sua própria sacola). Quem não anda com sua própria sacola a tiracolo para levar as compras é obrigado a pagar uma taxa extra pelo uso de sacos plásticos. O preço é salgado: o equivalente a sessenta centavos a unidade.

A guerra contra os sacos plásticos ganhou força em 1991, quando foi aprovada uma lei que obriga os produtores e distribuidores de embalagens a aceitar de volta e a reciclar seus produtos após o uso. E o que fizeram os empresários? Repassaram imediatamente os custos para o consumidor. Além de antiecológico, ficou bem mais caro usar sacos plásticos na Alemanha.

Na Irlanda, desde 1997 paga-se um imposto de nove centavos de libra irlandesa por cada saco plástico. A criação da taxa fez multiplicar o número de irlandeses indo às compras com suas próprias sacolas de pano, de palha e mochilas.

Em toda a Grã-Bretanha, a rede de supermercados CO-OP mobilizou a atenção dos consumidores com uma campanha original e ecológica: todas as lojas da rede terão seus produtos embalados em sacos plásticos 100% biodegradáveis. Até dezembro deste ano, pelo menos 2/3 de todos os saquinhos usados na rede serão feitos de um material que, segundo testes em laboratório, se decompõe dezoito meses depois de descartado. Com um detalhe interessante: se por acaso não houver contato com a água, o plástico se dissolve assim mesmo, porque serve de alimento para microorganismos encontrados na natureza.

Não há desculpas para nós brasileiros não estarmos igualmente preocupados com a multiplicação indiscriminada de sacos plásticos na natureza.

O país que sediou a Rio-92 (Conferência Mundial da ONU sobre Desenvolvimento e Meio Ambiente) e que tem uma das legislações ambientais mais avançadas do planeta, ainda não acordou para o problema do descarte de embalagens em geral e dos sacos plásticos em particular.

A única iniciativa de regulamentar o que hoje acontece de forma aleatória e caótica foi rechaçada pelo Congresso na legislatura passada.

O então deputado Emerson Kapaz foi o relator da comissão criada para elaborar a 'Política Nacional de Resíduos Sólidos'. Entre outros objetivos, o projeto apresentava propostas para a destinação inteligente dos resíduos, a redução do volume de lixo no Brasil, e definia regras claras para que produtores e comerciantes assumissem novas responsabilidades em relação aos resíduos que descartam na natureza, assumindo o ônus pela coleta e processamento de materiais que degradam o meio ambiente e a qualidade de vida.

O projeto elaborado pela comissão não chegou a ser votado. Não se sabe quando será. Sabe-se apenas que não está na pauta do Congresso.

Omissão grave dos nossos parlamentares que não pode seratribuída ao mero esquecimento.

Há um lobby poderoso no Congresso trabalhando no sentidode esvaziar esse conjunto de propostas que atinge determinados setores da indústria e do comércio.

É preciso declarar guerra contra a plasticomania e se rebelar contra a ausência de uma legislação específica para a gestão dos resíduos sólidos.


Há muitos interesses em jogo. Qual é o seu?



Obrigada, Milton Martins, pelo material.






37 comentários:

Tânia Defensora disse...

Eu me recordo de quando eu era criança os supermercados embalavam as compras em sacos de papel. O inconveniente era os produtos frios e a carne que com o passar do tempo dissolviam a embalagem e aí era um piseiro, principalmente para quem não tinha carro. As compras acabavam caindo pelo caminho.
Mas... tudo tem um preço. Se poluía menos naquela época.
Abraços

Lívia disse...

Oi, Lola, tudo bom?

Excelente post! É um tema que me preocupa muito, tanto pela contaminação quanto pelo desperdício. Esses sacos plásticos que parecem inofensivos são um perigo, e temos que parar com eles.

Eu vou ao mercado com uma bolsa que tenho só pra isso, ou quando não dá, uso sacos plásticos que já tenho. É importante também conscientizar as pessoas de que devemos procurar alternativas e de que não precisamos de tantos sacos como temos em nossas casas. Afinal, o puxa-saco já virou até artigo de decoração da cozinha!

Beijos!

Lola disse...

Oi, Tânia,
Eu também lembro, era uma bolsa de papel,as pessoas usavam a alça da bolsa para fazer pulseiras... As carnes eles colocavam em um saco plástico, mas o problema é que suavam e às vezes rasgavam a bolsa, mas, ninguém nunca morreu por isso...Não morreríamos também!!!
Beijos!

Lola disse...

Oi, Lívia,

Por aqui tudo bem, graças a Deus...
Para fazer umas comprinhas achei a alternativa da bolsa, mas, quero ajuda para duas coisas. Primeira: uso as bolsas do mercado para jogar o lixo, aqui não tem coleta seletiva, o lixeiro pega na rua, como faria? E a segunda: como vamos trazer para casa as compras do mês? É muita coisa até para três bolsas!
Beijo.

Lívia disse...

Eu também uso as bolsas para o lixo, tentando separar porque aqui em Buenos Aires muitas pessoas vivem de vender plástico e papel pra reciclar. Também não temos coleta seletiva por parte do Estado, uma vergonha isso. Mas tente separar plástico e papel (que não deixam cheiros se acumulados) e entre em contato com alguma ONG ou grupo que trabalhe com material reciclado para fazer artesanato etc. Eles sempre têm interesse.

Quanto a outra pergunta, realmente fica difícil fazer compras do mês com poucas sacolas, mas uma idéia -enquanto o governos não toma alguma atitude para substituir as sacolas-, é reutilizá-las. Normalmente não usamos todas para o lixo, então no dia de fazer as compras do mês, leve as sacolas que você tem sobrando para o mercado. Com certeza você vai ser um exemplo! Dessa forma pelo menos evitamos o desperdício, enquanto não temos outras alternativas melhores.

beijos!

Lola disse...

Lívia, pior que uso todas as bolsas das compras do mês para o lixo, ás vezes nem dá, olha que tento usar o mínimo possível... Por isso que queria saber outra saída!!!
Para as compras do mês, talvez até usar mais bolsas retornáveis, mas, e como faria com meu lixo?
Beijo.

Anônimo disse...

Lola, minha querida amiga como vai?? Quero antes de mais nada pedir desculpas pela falta de tempo pra internet e outra "frivolidades" desse mundo globalizado.

Fico muito contente ao te ver aqui, levando em frente este projeto tão importante e que nos faz pensar em mundo futuro melhor pra se viver.

Parabéns pela sua força de vontade e por suas conquistas que vejo, a esta altura, ja são muitas.

Te desejo tudo de bom e que continues em frente com este blog que, mais do que informativo, se torna necessário para o mundo de hoje.

Beijos minha querida... cuide-se.

Lívia disse...

Pois é, Lola, esse é o problema: e quem já reutiliza os sacos plásticos?
Por isso precisamos de iniciativas oficiais, para que os mercados tenham que oferecer alguma alternativa!

bjs

Lola disse...

Márcio,

Estou bem e espero que você também esteja... Não precisa pedir desculpas,obrigada por tudo!!! Aparece às vezes, muita sorte e saúde...
Beijo.

Lola disse...

Lívia,
Concordo com você... Continuo procurando saídas!

Quando vier para o Rio me avisa,Cris já deixou a neve e já está aqui, já fizemos planos...
Beijo.

Cris disse...

Lola, sua apressada rsrsr ( j� podemos escancarar a amizade, pois n�o? manda teu msn no email que te indiquei l� no blog. Como vc pode ter me acrescentado se n�o sabes meu endere�o de msn ? rsrsrsr Beij�o, querida! O pr�ximo assunto j� est� tabulado. Aguarde.

Anônimo disse...

Essa farra vai acabar...
Muito interessante o tema.
Beijos

Liz / Falando de tudo! disse...

Eu moro na França, aqui existe todo um sistema pra tentar reciclar tudo que é reciclavel, mas quem disse que a população se preucupa??
o plastico é o pior de tudo pra natureza...infelizmente ha uma multiplicaçao...
Anjo passando pra te agradecer a visita no meu cantinho e dizer que adoro quando você vai la e deixa um recadinho.
Um abraço,
Liz

Lola disse...

Espero que resolvam o problema!!!
Obrigada pela visita, Marco...
Beijo e volte sempre!

Lola disse...

Oi, Liz,
Isso é verdade, as pessoas não se preocupam e ainda dizem:" os outros não fazem nada, por que eu vou fazer?" Infelizmente existem pessoas que pensam dessa forma. Eu faço a minha parte, se meu vizinho não limpa o terreno vazio porque ninguém quer ajudar, eu limpo, tenho filhos e quero evitar a dengue. Não espero que os outros façam o que eu posso fazer... É disso que as pessoas precisam se conscientizar...
Obrigada por seu carinho, Liz...
Beijo.

Anônimo disse...

Oi, Lola...

Tens um ex?? Mais informações lá no sítio..rsrsrs

Bom fim de semana.
(Ainda não foi possível entrar no msn)..

Cris

O Profeta disse...

Vamos morrer todos envoltos em plástico...


Hoje não vou falar de amor
Hoje tenho saudade de canções
De uma voz perdida no tempo
Que me ensinou o sonho, as emoções

Hoje senti saudades da minha rua
Da casa fria e quente da ternura
Do cheiro a lenha, pão amassado
Dos abraços tidos de forma tão pura


Hoje convido-te a saberes um pouco de mim

Um bom fim de semana



Terno beijo

Jens disse...

Oi Lola.
Voltei, depois de uma breve temporada de férias no reino de Belzebu.
Seguinte: questões como esta que apresentastes influem diretamente na nossa qualidade de vida e deveriam ser objeto de uma profunda discussão no Parlamento e consequente regulamentação. Bobagem exigir que o cidadão comum se conscientize para que as empresas mudem de postura. Isto não vai acontecer (basta ver a parcela ínfima da população que tem acesso à internete). A obrigação, neste caso, é daquela canalha que sustentamos no Congresso, nas assembléias estaduais, municipais e nas diversas esferas do Legislativo, que deveriam estudar o assunto e elaborar leis e regras que preservassem os interesses e a saúde de todos nós, a sociedade. Estes patifes deveriam ser as "antenas da raça", na concepção original dos gregos, e atuar em benefício de todos. Como sabemos não é isto o que acontece - no Congresso Nacional a maioria defende interesses de papeleiras - produtoras de papel que vem para cá - em especial no RS - com incentivos fiscais para acabar com a nossa terra; o próximo governo que se foda (porra, uma plantação de eucalipto constrói um deserto em 10 ou 20 anos, sei lá, mas a Europa não as quer mais. Os babacas como a governadora do RS abrem as pernas).
Putz, tô muito indignado e não vou chegar a lugar nenhum. Mas deu pra entender, né?

Cristiane A. Fetter disse...

Menina, finalmente estou conseguindo abrir alguns blogs, e vim até aqui te fazer uma visita.
Lá na área que eu moro (Parmus, New Jersey, EUA) existem, nos mercados, caixas de coleta de bolsas plásticas para reciclagem, e eu sempre vejo muita gente colocando seus saquinhos lá.
Os mercados também dão a opção de você escolher bolsas de papel, ou então comprar, por um preço bem baratinho, bolsas "verdes" comuns ou térmicas.
O assunto lá é bem resolvido.

Depois passa lá no Tô Doida que tem um presente para você.

Beijocas

SerTerra disse...

Oi Lola, tudo bem?
Mto interessante sua postagem.. realmente esse eh um pessimo habito que o brasileiro adquiriu.. e o curioso eh que muitos tem vergonha de levar sua propria sacola de algodao!!! Incrivel isso..
Enfim, fiz uma postagem no blog a respeito de uma palestra interessantissima que assisti no MASP.. passe la depois para conferir..
E de onde vc eh??? Quem sabe um dia de pra vir em sampa conferir algum evento interessante...
Boa semana
beijos, Debora

Unknown disse...

oi amiga to passando p dx um beijo e gostei das materias .shay

Claudia Chow disse...

Lola, no meu google reader aparece um post seu sobre madeira americana, mas qdo vim aqui comentar nao tem... O q houve?

Adriano de Lima disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Ô garota!
Por onde andas?
beijão

jorginho da hora disse...

Querida Lola, acho o Brasil muito atrasado nessas coisas, tenho um amigo italiano que ficava horrorisado com a falta de educação ecologica dos brasileiros; por outro lado, acho que o problema já não é mais a falta de consciencia, pois isso temos, nessas questões, o suficiente, a questão agora é mudar os habitos.

Um abraço.

Lola disse...

Oi, Cris,
Pensei que aquele e-mail era teu MSN,rss...Mas, você já está lá...Gostei do seu novo blog e também de como me nomeou...
Um beijo grande!!!

Lola disse...

Oh, profeta, espero que não!!!
Gostei do poema...
Beijo e volte...

Lola disse...

Oi, Jens...
Deu para entender sua indignação ,mas, também acredito que o povo pode se conscientizar sim, e se o povo cobrar aos "grandes", talvez alguma coisa seja feita. mas a iniciativa tem que partir de alguém, então, que seja de nós. Ficar esperando é que não vai dar em nada...
Estava com saudades dos seus comentários...
Beijo.

Lola disse...

Oi, moça Cris, rss...

Aqui bem que poderia ser como lá, não acha? Mas, não desisto!!!
Obrigada pelo presente, assim que der, eu agradeço...

Desde que você chegou no Brasil ainda não conseguimos sair, vamos tentar neste final de semana...
Beijo, amiga.

Lola disse...

Oi, Debora,
concordo com você quanto ao péssimo hábito, a vergonha eles deveriam ter era de contribuir para acabar com o nosso planeta...
Vou olhar sua postagem sim. Sou do Rio de Janeiro. Gostaria muito de assistir um desses eventos, acho super interessante!!!
Talvez um dia consiga...
Beijo e ótima semana para você também...

Lola disse...

Oi, Shay,
Que bom que gostou das matérias...Outro beijo bem grandão para você, amiga...

Olá, Claudia,
Desculpe, tive um probleminha com o blog, mas, já está resolvido e a matéria já está aqui!!!
Beijos.

"Eu", obrigada pela visita!
Quanto a refrescar sua memória, eu errei, não foi pelo blog da Cris que achei seu blog, ela teve parte nisso, foi através de um comentário que estava no blog dela, o do Jorginho, entrei no blog dele e achei o seu :).
Beijo e volte sempre!

Lola disse...

Oh! Cris, desculpe, estou um pouco ocupada, resolvendo alguns problemas,ainda nem consegui sair com a "Cris" do Tô doida, ela já chegou no Rio e a gente ainda não conseguiu combinar nossos horários... assim que melhorar aqui eu passo na "sua casa" de novo...
Beijo, linda!

Lola disse...

Olá Jorginho, bem-vindo!
Concordo plenamente com você, mas, a consciência que as pessoas precisam ter agora é de que precisam mudar os hábitos :).
Beijo.

Carla Beatriz disse...

Oi,

Esta semana eu fiz umas compras no supermercado e estava com minha mochila. A moça do caixa pegou as compras e automaticamente começou a colocar nas sacolas plásticas. Eu disse:

- Peraí! Deixa eu ver que consigo colocar na mochila.

Ela ficou me olhando como se eu fosse uma ET ...

Lola disse...

Olá, Carla,
Seja bem-vinda ao mundo dos alienígenas :), é assim mesmo, mas, se algumas pessoas resolverem seguir o seu exemplo, já estaremos conseguindo algum coisa...
Beijo e volte sempre...

Anônimo disse...

Bom fim de semana, Lolita, com cheiros amadeirados.

beijão.

Anônimo disse...

Nice site, nice and easy on the eyes and great content too.